Os questionamentos e as dificuldades são inerentes aos seres humanos e costumam ser similares. Desde os tempos antigos, como por exemplo, do filósofo Epicuro (341 a 270 a.c.) até os dias atuais, entendemos que o existir é uma jornada com altos e baixos, e que inúmeros aprendizados e a compreensão, é uma busca humana. Reencontrar o equilíbrio, o bem-estar e superar as dificuldades são algumas das buscas na Psicanálise.
Por isso, a necessidade de busca e pertencimento, nos faz com que nos identifiquemos com reflexões e saberes que refletem o que sentimos.
“O homem que volta ao mesmo rio, nem o rio é o mesmo rio, nem o homem é o mesmo homem”. (Heráclito)
As ciências, através de inúmeros textos, reflexões, artigos e observações, elaboraram Investigações sobre pensamentos, emoções, comportamentos, influências, meio ambiente, aprendizagens e conexões etc.
Foram esquematizados então, ao longo do tempo, em prol da saúde mental, ferramentas validadas. Algumas das Ciências Contribuintes: Filosofia, Sociologia, Biologia, Neurologia, Psicanálise, Psicologia, Psiquiatria.
Nesta matéria trago com carinho algumas perguntas e respostas que podem corresponder ao que sente, ou que possam explicar situações enfrentadas. Caso perceba que necessita de ajuda e suporte para dificuldades que enfrenta, procure auxílio com profissionais da área da saúde.
PERGUNTAS E RESPOSTAS – QUESTÕES PSÍQUICAS
O que é ansiedade, tipos e sintomas?
É um estado emocional caracterizado por preocupação, medo e tensão. Os principais tipos de ansiedade são: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobias, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno obsessivo-compulsivo. Os sintomas podem incluir inquietação, dificuldade de concentração, irritabilidade, insônia, palpitações, sudorese e sensação de falta de ar, entre outros.
Quais ferramentas podem ajudar no controle da ansiedade?
Algumas ferramentas que podem ajudar no controle da ansiedade incluem a prática de técnicas de relaxamento, como respiração profunda e meditação, a realização de atividades físicas regulares, a busca por apoio social e emocional, a adoção de hábitos saudáveis de sono e alimentação, e a consideração de terapia psicológica ou psicoterapia.
Por que sentimos medo?
Sentimos medo como uma resposta natural do nosso organismo para nos proteger de perigos e ameaças. É uma reação instintiva que nos ajuda a sobreviver e evitar situações prejudiciais.
Existe medo disfuncional?
Sim, o medo pode se tornar disfuncional quando é excessivo, irracional ou interfere significativamente na vida diária da pessoa, levando a evitação de situações normais ou causando sofrimento significativo.
Por que o medo pode causar ansiedade?
O medo pode causar ansiedade porque ambos estão relacionados à resposta de “luta ou fuga” do nosso organismo. Quando sentimos medo, nosso corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol, que podem desencadear sintomas de ansiedade, como aceleração do coração, respiração rápida e sensação de nervosismo. Além disso, o medo constante ou excessivo pode levar a um estado crônico de ansiedade.
Quais outras emoções quando disfuncionais podem ocasionar ansiedade?
Além do medo, outras emoções disfuncionais que podem ocasionar ansiedade incluem a preocupação excessiva, a tristeza prolongada, a raiva intensa e a culpa persistente. Essas emoções podem desencadear sintomas de ansiedade e contribuir para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade.
Quando se trata de relacionamentos, um amplo cenário se abre em termos de condutas para a manutenção do equilíbrio, como a comunicação, que recebe destaque, por sua relevância.
Havendo equilíbrio na comunicação, as partes envolvidas se beneficiam mutuamente. Trata-se de diminuir possíveis ruídos, conflitos, compreensão das necessidades, e sem dúvida saber o momento de falar e de escutar.
A comunicação não-violenta é uma das técnicas que visa a boa comunicação, abordando contextos individuais percebidos, além das necessidades que podem se apresentar em uma comunicação e o gerenciamento quando necessário – de conflitos, conversas mais dificultosas, abertura, etc.
Assim é que a comunicação não-violenta pode auxiliar, através do apontamento de quatro componentes.
Elaborada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg a Comunicação Não-Violenta (CNV) inclui as seguintes considerações:
Observação: Neste componente a ideia é de apenas observar o cenário como um todo, sem criar, no entanto, juízo de valor sobre o que se observa – a comunicação como acontece (a fala do outro, a dinâmica das ações e o que lhe causa);
Sentimentos: Após a observação, quais sentimentos surgem em você diante das falas, ações e dinâmicas percebidas. Identifique se é alegria, raiva, medo, incerteza ou outra emoção.
Na comunicação com o outro, evite afirmações que possam projetar a culpa no outro (como “Eu me sinto desrespeitado quando você …”).
Necessidades: Para auxiliar este terceiro componente é que as primeiras etapas são necessárias, para dar a avaliação mais precisa de suas necessidades. É como se fosse uma teia, que desencadeia uma melhor percepção, por isso mesmo deve-se ser honesto ao realizar as etapas.
Pedidos Claros: Neste último componente há a colocação do que você quer. Você também pode observar o querer do outro. Se tem a intenção de realizar um pedido, como “vamos rever uma questão” ou algo que o momento requer, coloque de modo positivo, sem confrontamentos desnecessários, julgamentos ou pressões que são descartáveis para que a comunicação seja efetiva.
Nós, nos relacionamentos, já nos acostumamos a fazer automaticamente algumas correlações, obtidas pelas observações e percepções diante dos acontecimentos que nos rodeiam. Mas pelo automatismo, podemos perder uma ferramenta essencial que é a consciência mais ampla, as necessidades que podem aparecer nas falas, os sentimentos e expectativas envolvidos no contexto.
Com a consciência ampla operando, as decisões e gerenciamento das relações interpessoais podem ser mais efetivas, evitando assim as frases ditas sem pensar ou atitudes sem pensar e passíveis de arrependimento futuro. A conscientização garante maior reciprocidade, no cuidado ao se expressar e perceber o outro.
A maneira como você se coloca e apresenta suas ações e falas importa para que a mensagem não tenha ruídos ou gerem conflitos.
Exemplos de frases com Comunicação Não-Violenta aplicada:
– Ao invés de “sempre deixa para depois”, troca-se por “deixa para a véspera”;
– Ao invés de “nunca faz o que peço” por “Lhe pedi algumas vezes para realizar algo”;
– Ao invés de “Você tem se comportado de modo problemático” por “Seu comportamento pode causar problemas”;
– Ao invés de “quem você pensa que é…” por “neste momento você está com raiva ou interpretando mal, mas…”.
Um dos preceitos é de que geralmente, em uma conversa, não escutamos o outro para compreender, mas sim apenas para responder.
Outro ponto relevante é que a escuta deve ser empática, não se trata, portanto, apenas de uso para se comunicar, mas de ouvir. Neste caso, recomenda-se:
-Não interromper a fala;
-Não diminuir uma dor (pois geralmente a pessoa busca colocar para você como realmente se sente e importa validar a dor e não a diminuir);
– Não consolar quando o intuito na realidade pode ser de se exprimir e ser ouvido;
– Não dar conselhos de como você em determinada situação agiria – pois pode gerar um conflito dependendo de como se expressar, pela possibilidade de haver neste conselho julgamentos, por exemplo.
Para ter a certeza de que a comunicação foi efetiva, pode-se realizar um resumo da conversa que teve – de modo a não deixar que lhe escape os detalhes e as observações pertinentes que podem garantir que tudo foi compreendido e ambas as partes já se colocaram.
Existem outras técnicas de comunicação, mas todas têm em comum, de modo geral (principalmente nas conversas no ambiente de trabalho), a observação atenta quando uma das partes apresenta sua demanda ou necessidade antes de já emitir opinião imediata; este momento de escuta ativa permite que as informações sejam de fato refletidas e então possam seguir para outro ponto, que é do retorno ou resposta.
Sabemos que a maioria das pessoas têm a habilidade da fala mais desenvolvida, por vezes negligenciando a escuta, a questão é que ao não escutar atentamente pode-se gerar situações adversas e até mesmo iniciar-se uma briga ou discussão; geradas pela sensação de desatenção, acarretando possivelmente frustração, por não ter atendida uma ou mais necessidades.
Certamente alguns momentos a conversa acontecerá de modo fluido, sem nenhuma exigência de manter-se uma maior atenção, mas todos nós podemos diferenciar quais são estas situações e quais demandam maior nível atencional. Para estas, espero que estas dicas tenham ajudado e que coloque em prática, observando os resultados favoráveis. Até a próxima matéria, com outras dicas e reflexões.
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