Costumo falar que somos plantinhas e cada um cresce no seu tempo. Neste texto vamos fazer um comparativo entre o processo de germinação de uma semente e o ato de se abrir para o novo.

Tudo começa com uma intenção: plantar.

Seja o que desejar colher é preciso ter a intenção de plantar a semente certa para colher o desejo certo.

Observe seu sentimento quando pensa no que deseja. Após essa genuína intenção precisamos entrar numa imersão. O solo é preparado, a semente é plantada. É preciso um ambiente adequado e hidratação. Consegue perceber a semelhança em nossa vida? Assim como a semente, precisamos conviver com pessoas que nos agregam, como o solo, saber viver em novo ambiente e se desafiar para situações desconhecidas que nos preparam para o crescimento.

Uma vez plantada a semente, não podemos ficar desenterrando para ver se ela está crescendo. Apenas podemos confiar no processo e fazer o que ela precisa para se desenvolver. Observamos se ela está no lugar ideal, se tem luz, água, com isso seu metabolismo interno é ativado e ela começa iniciar se processo de crescimento. Você tem observado tudo isso na vida? Está ativando seus recursos internos para evoluir?

E quando começamos a evoluir, algumas coisas começam a incomodar, desafios surgem, medos começam a aparecer, romper a barreira de nossas crenças pode doer, assim como quando a semente começa a germinar, ela rompe a casca dura para emergir ao meio externo. Se houver a hidratação adequada a casca não será tão dura. Assim como se você tiver autoconhecimento e souber o que pode acontecer pode facilitar esse processo.

Depois que a barreira é rompida, algumas cicatrizes podem precisar de um tempo para curarem, as vezes é necessário um tempo para se acolher e aceitar tudo que aconteceu, essa semente de você, precisa de força para seguir, assim como a semente precisa de força para subir. Essa subida, faz com que a semente, cresça primeiro em direção para baixo para ancorar a planta, ou seja, fortalecer suas raízes, pois assim consegue absorver água e nutrientes do solo para crescer firme e forte. Para nós, nossas raízes são nossa família, de onde veio nossa vida. É nela que independentemente da história está nossa força, na história do jeito que foi, essa é nossa nutrição, nosso direcionamento, seja para seguir na mesma direção ou não.

Somente com as raízes para baixo que o broto emerge e cresce em direção a luz. Para decidir seguir um caminho diferente, para cima, só pode ser seguido se dissermos sim a nossa história, nossas raízes e tivermos coragem para fazer diferente. Sim, é preciso muita coragem! E sim, vai doer! Suas raízes estão indo para baixo e você está indo para cima. Lá é a vida!

Se nossas raízes não forem fortalecidas, o broto pode não florescer ou não ganhar força suficiente para se manter e abrir. Na medida que o broto cresce e se fortalece para florescer, nós começamos a ver que todo esforço valeu a pena, que a dor foi necessária para ver a luz e crescer. Então florescemos! Mas para se tornar a flor, o botão precisa se abrir. Se abrir para o novo, para aquilo que faz sermos prósperos e frutificarmos.

Somente uma flor aberta pode ser polinizada e multiplicar.

Essa metáfora da germinação é uma bela e poderosa maneira de nos entendermos e aos outros, para que possamos nos transformar e nos abrirmos para novas ideias, novos conceitos, novas tecnologias, novas experiências e desafios. Você é uma semente que se transforma em flor.

A constelação familiar nada mais é do que, nos levar em direção ao solo e buscar nutrientes, para florescermos. Com amor e flor

A essência da ordem sistêmica se reflete tanto no pessoal, quanto no profissional. As organizações florescem quando há uma clara compreensão das hierarquias, respeito pelo senso de pertencimento e um equilíbrio nas trocas e compensações – exatamente como as famílias se nutrem e crescem harmoniosamente. Esta é uma verdade universal que se aplica independentemente do contexto.

As leis sistêmicas, observadas por Bert Hellinger na Constelação Familiar, ressoam com profunda verdade no mundo corporativo. Hierarquia, Pertencimento e Equilíbrio não são meros conceitos, mas sim forças vivas que, quando alinhadas, despertam a alma de uma empresa e a essência de um lar. Estas leis são os alicerces sobre os quais a produtividade e o bem-estar coletivo se constroem.

Em uma empresa, a ordem sistêmica garante que cada fundador, colaborador, cada processo, cada produto, cliente, tem seu lugar e importância, alinhados com a missão da organização. E dentro da família, cada membro, com seus sonhos e deveres, contribui para o todo, seguindo um fluxo de amor e responsabilidade.

Uma desordem muito frequente são pessoas acreditarem que a empresa é responsável por suas questões financeiras, entre outras questões. Geralmente são pessoas que tem dificuldades ou questões com o pai e transferem o cuidado do pai para o chefe ou empresa. Com isso, não estão no lugar de adulto. E por estarem fora do deste lugar, sentem a lei do equilíbrio em desordem, porém a empresa contrata um adulto para determinado cargo e salário. Cabe ao funcionário corresponder a isso e a empresa cumprir, nada mais. Todo sistema familiar influencia em nossa vida profissional e nas empresas.

Pessoas de uma empresa ou família que estão em desordem, bloqueiam todos os sistemas, desequilibrando e impedindo a harmonia e prosperidade.

“Um sistema é um conjunto de partes que devem funcionar juntas para produzir um resultado desejado.” Esta frase é de Russell Ackoff, um pioneiro na ciência da gestão, que via o pensamento sistêmico como fundamental no contexto organizacional. Ele compreendeu que, assim como as famílias, as empresas são organismos vivos, complexos e interconectados, onde a qualidade das relações internas afeta diretamente a eficácia externa. Sua visão corrobora a de Bert, formando uma ponte entre o entendimento sistêmico das dinâmicas familiares e a eficiência operacional nos negócios.

Constelação Familiar e Empresarial, então, emergem não apenas como ferramentas de cura e compreensão, mas como filosofias aplicáveis que orientam líderes e indivíduos rumo à excelência. Pela aplicação desses princípios, desatamos os nós que limitam o crescimento, e alinhamos cada elemento ao propósito maior, seja na construção de um legado familiar ou no sucesso empresarial, todos visando a harmonia dos sistemas.

“Para que uma organização prospere, ela deve operar como um sistema coeso onde o equilíbrio e o respeito pelas hierarquias naturais facilitam o fluxo de sucesso.” Esta frase de Bert Hellliger destaca a necessidade de um sistema coeso, com ênfase no respeito pelas hierarquias e na busca pelo equilíbrio, princípios que são essenciais para criar um ambiente onde o sucesso pode florescer naturalmente. Minha intenção com este texto é mostrar como muitas visões podem se complementar. Integrar as visões de Hellinger e Ackoff, destacando a importância da ordem e do equilíbrio tanto na esfera familiar quanto empresarial. Embora, as leis sejam as mesmas, elas são observadas e aplicadas de formas diferentes. Mas qualquer organização que se beneficiar deste conhecimento tende a ser duradoura e próspera.