O TEMPO E O SEUS ADVÉRBIOS

24/01/2024 às 14h47
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Com a curiosidade de menino ladino o homem observou o tempo, e teimou em compreendê-lo; ao compreendê-lo inventou uma forma de mensurá-lo, e conseguiu. Houve vários observadores do tempo, e de acordo com o seu grau de entendimento procurava compreender a vida através de seu círculo temporal; muitos compreendia algumas coisas observando, como fez Parmênides que observando um rio conheceu os advérbios do tempo. Tomado por inspiração filosófica Parmênides sentou-se, certo dia, a beira de um rio, admirando a correnteza das águas, e então, compreendeu que o presente, o momento exato da vivencia de um acontecimento denominado de presente, muito embora fosse demasiadamente efêmero, entretanto, esse momento é o único momento real que de fato existe. Ele observou que o momento que passava era como as águas do rio, uma vez passando não voltava mais, esse momento havia se tornado pretérito. Do mesmo modo ele observou o momento seguinte; este ainda não aconteceu, é possível que não aconteça, mas, pode acontecer, em todo caso  ele não existe!          

Mesmo mediante a essa verdade o homem vive a vida como tolo que corre atrás do vento, alguns são obcecados pelas coisas futuras  vivem correndo atrás de objetivos que está nos momentos vindouros e outros teimam reivindicar momentos pretéritos esquecendo-se de viver o presente, e seguem procrastinando e nem percebem que deixam para trás o que lhes é mais caro_ a sua própria vida, e esta é esquecida por causa da ânsia de viver o que ainda não existe ou revivendo o que já viveu e que jamais viverá novamente ou ainda, dedicando todos os seus esforços e seu tempo designado a sua existência tentando acumular bens materiais, dos quais não viverás para usufruir plenamente, tampouco os levará consigo quando morrer, todavia, deverá levar em conta que o seu maior desejo não é somente o usufruto, mas, sobretudo o seu acúmulo. E quanto maior é o acúmulo de bens materiais maior será o seu status, e tal status é também adquirido por outros meios que demanda, igualmente, muitos esforços; refiro status intelectuais. Seja por meio das ciências, da Teologia e Filosofia seja por meio das artes, quanto maior for o esforço maior será a possibilidade de conquistar o seu status; nesses campos (Ciências, Artes, Teologia e Filosofia) o que menos se amparam no acúmulo de capital são: a Arte e a Filosofia, contudo, o status destes são iguais; e em busca deste cada indivíduo penhora os seus esforços em prol da auto afirmação, ele nem ao menos se dá conta da brevidade do tempo, tão imbuído estar em sua ânsia por conquista de ideais. 

Na angústia do tempo o homem segue malabarista, e na agonia das horas ele tenta ajustar-se aos ponteiros do relógio. E quando pensamos que o dia segue seu curso tranquilo, e por acaso olhemos para o relógio, constatamos que já chegou a hora do jantar… E antes mesmo de você se dê conta terminou a semana; quando, então, você olha o calendário já acabou outro mês, e sem se dar por conta, um outro ano irá começar.  Quando você é criança olha para os seus avós e se pergunta: será que eu viverei até chegar à idade deles? Essa pergunta é feita num tom de incredulidade por considerar um tempo longínquos levando em conta o seu tempo de vida. E quando você chega aquela idade, a de seus avós, olha para trás e se pergunta: “como é possível que os anos tenham passado tão rápido assim”?   Sem que você se dê conta, os anos passam, e quase sempre você procrastina, adia as coisas que são realmente importantes na vida. Por exemplo: reservar um tempo para interagir com os familiares como em dias festivos; fazendo coisas simples como brincar com os filhos, jogar “uma pelada” com os amigos, parentes de seu convivo,  visitar doentes em hospitais, ajudar o vizinho a limpar o seu jardim ( só pelo prazer de estar fazendo a política da boa vizinhança), dá banho no cachorro, desenvolver a prática da filantropia desempenhando papeis de natureza altruísta em fim sempre buscando fazer o bem, tanto para você como para o seu próximo. Fazer as coisas simples da vida, como praticar esporte, cuidar da higiene do seu corpo contribuindo para sua saúde: Física, mental, Psicológica e espiritual, assim você estará aproveitando o seu tempo de modo correto e dando sentido a sua vida; valorizando cada momento vivido. E como tributo você terá saúde, vida longa e felicidade. E sabe por que? Você aproveitou bem o seu tempo, compreendeu que a angústia não é das horas e sim, sua. Você não tem que viver além do limitem do seu tempo; há tempo para tudo você é que tem que adequar-se ao tempo disponibilizado a sua existência como os ponteiros de um relógio às horas.

A “freneticidade” dos tempos modernos é a causa de vários males. O homem moderno é um homem doente.  O estresse, maus hábitos, vícios, a má qualidade de vida, a alienação, a ignorância e a falta de autocuidado são indicadores de uma sociedade doente.

Nunca se viu antes tempos como o de agora, vivemos de maneira frenética, tentando a qualquer custo nos adequar às transformações do mundo moderno… 

Há no homem um relógio biológico que parece não ajustar bem as engrenagens dessa nova Era. Muitas pessoas transcorrem os anos melhores de suas vidas em uma eterna corrida para o sucesso e o dinheiro, e outros chafurdados em vícios sem pensar que um dia irá acabar, e deixando para depois tudo aquilo que nos são caros. Deveríamos cancelar dos nossos dicionários as palavras “depois” ou “mais tarde” e muda-las por “agora” e “hoje”? Entende-se que os advérbios “depois” e “mais tarde” nos auxiliam no controle do nosso tempo. Depois de uma experiência nova é garantido um novo aprendizado que mais tarde servirá para aplicar em seu viver. Quando você adia uma visita a uma pessoa amiga ou a um familiar, deixando para um momento favorável ao seu tempo não quer dizer que você não o prese, só não está priorizando aquela visita; você atribui a falta de tempo à sua procrastinação e quando você ver o tempo assim como as oportunidades já passaram. Deixamos tudo para depois, como se o “depois” fosse a solução. Temos que entender que com o tempo mudam as prioridades. Depois o tempo passa e as oportunidades vão embora.  Depois perdemos o entusiasmo. Depois as crianças crescem e se vão, seguem a própria estrada. Depois a vida acaba. O tempo é como um rio, você nunca tomara banho na mesma água, porque a corrente a leva embora e nunca voltará. Lembre-se que ontem e amanhã não existem o que temos é o hoje. O tempo é o tesouro da sua vida; é a única moeda que você tem… e somente você pode decidir como a usará! As vidas mudam de existências, as coisas se repetem, e os dias sucedem outros dando início um novo tempo.

 “Tudo é vaidade”! Foi o que disse um certo monarca conhecido como o mais sábio de sua época. Por vaidade os homens trabalham em prol de um status, de riqueza e poder; julgando que é aí que reside a felicidade. Eles conquistam territórios, constroem cidades… Alexandre o Grande, Construiu Alexandria e por vaidade a batizou com seu nome, e os que governaram antes e depois dele, constroem edificações que desafiam o tempo, como as pirâmides do Egito, por exemplo. O homem avançou no que ele chama de progresso: construiu a bomba atômica, naves espaciais (as conquistas dos desbravadores dos mares, (Cristóvão Colombo, Pedro Álvaro Cabral… a queda de Roma, a derrubada do muro de Berlin e a explosão Industrial, o evento da globalização da comunicação etc.)).  Ele cria modelos de sociedades, cria deuses e submetem toda gente a um viver de submissão, e para regular o seu viver criam seus códigos de condutas…    O homem por ser um Ser inventivo ele é também, um Ser ambíguo; ele constrói o seu viver com a mesma destreza de um cão que corre atrás da própria cauda. Então, conclui-se, que são as reais ações do homem as digitais do tempo.

Sobre o autor

Valda Fogaça

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Comentários

1 comentário

  1. Muito bom o texto, deveriámos apreciar mais esse tipo de leitura,pois no mundo que vivemos hoje precisamos muito de auto ajuda encontrada nesse tipo de textos.

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