BOA SORTE
7 números. Quem sabe, né? Seja o meu dia. Aquele que tudo acontece num piscar de olhos, magicamente, como acertar na loteria. Não há uma combinação que garanta, um ritual nem nada, pura sorte. Arrisquei. Por que não?
Tem um tempo na vida em que calculamos objetivamente um caminho. Acho que todo mundo faz ou fez isso já. ‘Farei tal curso, tal viagem, me casarei até o final do ano. Meu filho chega mês que vem.’ E essas rotas, já definidas, garantem e ensinam que traçar metas tem grande valor e confirmam que, é possível utilizar do tão aclamado livre-arbítrio. Porque dá chão. A gente se sente de alguma forma no controle.
Agora, sorte é sorte. Será que a gente segue determinados caminhos, dedicando esforços, dispondo energia e tempo e, mesmo assim, prometidamente, não está de alguma maneira chamando a sorte? Será que o acaso corre na direção oposta de nossos sonhos e dedicação? Não sei.
Acredito que há uma maneira sim. De encontrar um norte. É como se pudesse me sentir dentro da linha, no eixo. Seguindo o fluxo. E mesmo que esse alinhamento não possa abarcar nenhuma certeza quanto ao que ainda não veio, é capaz de arejar as ideias. Refrescar. Abrir algumas portas.
E assim, de portas abertas às eventualidades do mundo, do coração e da vida, quem sabe eu não ganhe a capacidade de confiar que o melhor pode chegar a qualquer momento sem que eu me preocupe em calcular ou criar uma história com começo, meio e fim. Como sempre foi. Porque ao perder todas as combinações e previsões, sabendo me deixar levar pelas linhas tortas do percurso, talvez eu possa me esbarrar com a sorte.
Meu desejo para o novo ano: seguir com os pés firmes no chão e o coração aberto. Acreditando que os bons ventos possam bagunçar meus cabelos, mostrando que nem tudo precisa ser e.xa.ta.men.te perfeito, mas que pode ser infinitamente verdadeiro.
E que assim, seguindo com lucidez e serenidade, livre de tantas promessas e compensações, quem sabe a sorte resolva caminhar ao meu lado. Ao seu. Ao nosso.
Feliz 2024! Boa sorte!
