É A GENTE COM A GENTE

18/12/2024 às 20h53

Adoro acordar cedo. Cedinho mesmo. Gosto de segunda-feira. Gosto de trabalhar. Sempre gostei. Não me importo com o que a maioria faz ou gosta. Em muitos casos, penso diferente. E tá tudo bem.

Acho que o mais incrível da vida é se olhar no espelho e ver quem a gente é. Às vezes mais amassada, mais amarrotada ou mais cansada. Mas quem a gente é, com toda a nossa vontade. E coragem. Porque é só isso que somos aqui nesse mundo. O que conseguimos sentir sem remendos, sem forçar a barra, sem vaidade.

Esses dias, com pensamento vago, observando o jardim, aproveitei para apreciar o silêncio. Mas não aquele silêncio forçado que a gente precisa ligar na portaria do condomínio para pedir para abaixar o som. Não. O silêncio de todas as coisas em volta de nós e que às vezes têm sim, algum ruído. Mas um ruído que balbucia intenso com jeito de paz.

Sabe quando você está num lugar lotado de gente e se aninha, se aquieta e sente tudo ao redor parar? Pode ser também num shopping, num aeroporto. Aquele mar de gente. Até numa festa. Você se concentra e percebe que; no fundo, é dentro que faz a roda rodar. É a gente com a gente mesmo. O tempo todo.

Tem dias que viajo no tempo. Lembro da minha vida há, sei lá, dez anos atrás. Me recordo com detalhes aqueles dias, as pessoas, como eu me sentia. E tudo volta. Também sou capaz de voltar mais tempo, tipo uns vinte anos. E ver meu filho correr e me abraçar. E é tão bom, porque sou capaz de sentir o cheiro de cada cena. De tão real…

Então, sem saber porquê, me pego no silêncio. Nesses silêncios que contam histórias, que revivem acontecimentos e que criam os próprios dias. Esses instantes palpáveis que tornam a vida mais bela. Porque sim, para acontecer, primeiro é preciso sonhar.

É preciso se olhar por dentro e perceber a nossa força. Porque casca é sempre casca. Pouco importa.  E são nesses silêncios que a vida consegue  nos mostrar. No final das contas, é a gente que decide o que entra, o que sai. O que segue, o que fica. E o que vale a pena agarrar.

FECHAR PORTAS

27/03/2024 às 14h57

“Mudança dá um trabalho…” Ouvi uma senhora comentando com a outra, enquanto desviava o caminho com seu carrinho de feira -, para abrir espaço para o caminhão estacionar. No condomínio em que moro é um entra-e-sai constante, principalmente no início dos anos.

Embora a gente saiba que empacotar tudo para desempacotar depois, gasta bastante energia, requer disposição e vontade –  mesmo assim -, a gente faz. E faz porque sempre procuramos algo melhor, o que não temos. O que falta.

Confesso que rotina é um ponto alto da minha vida porque dá uma certa confiança no manejo dos dias e eu me sinto confortável assim. Mas por outro lado sou uma pessoa extremamente fácil de se adaptar às mudanças. Houve uma época em que mudei bastante, de residência mesmo. E também de ideia, de cidade, de gosto, de estilo, de hábitos. E vivo me surpreendendo. Porque no final de tudo, sempre acabo pensando que demorei a tomar determinada decisão.

Só que nem sempre a mudança resolve.

Depois de tanto mudar e provar isso ou aquilo, a gente percebe que a mudança externa, essa que enche os olhos dos outros e também alimenta o nosso ego, nunca é plena. Porque a gente muda a roupa, o perfume, a conta bancária, o cabelo; mas no fundo, continua faltando um pedaço. E falta porque muitas vezes deixamos uma fresta. Aquela porta entreaberta que não permite um adeus verdadeiro. Para mudar é preciso dar tchau. Aquele “fui” para o que não serve mais. Porque a verdadeira mudança acontece quando o olhar está certeiro à frente e a gente é capaz de ouvir de longe a porta bater. Lá atrás. No passado. No que ficou. Porque agora, a vida caminha em outra direção…

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