UM NÓ QUE JÁ NÃO ME PRENDE!

10/10/2023 às 10h10
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Dependência emocional, capaz de devastar e aniquilar qualquer relação ela se faz presente de forma constante, paira em nossos ares, circunda nossos ambientes, acaricia com sutileza o nosso íntimo, invade com elegância a vida que nos pertence. Nem sempre explícita ela esconde abismos imensos que costumam levar embora precipitadamente tantas vidas. Cada vez que se ama em excesso, sem o limite necessário e o ponderamento adequado é um pouco de nós que se perde. Entender o que sentimos é fundamental para que tenhamos conosco primeiramente, a melhor de todas as relações. Somos únicos e insubstituíveis. O amor que soma jamais faz doer!

 “…. É difícil explicar. De um momento para o outro pensando em nós dois percebi meus enganos, as falhas que eu tive, ilusões que criei apenas porque acreditei, não ouvi a razão, pensei que te amava. Sim é isso. Pensei! Talvez estivesse equivocada. Só agora posso ter essa certeza.

Idealizei em ti alguém que não existia, jamais existiu. Não foi culpa tua, fui eu quem não viu. Subestimei teus instintos justo eu que sempre mantive os meus tão presentes…. Transformei meu olhar em relação ao que tínhamos, dei alguns passos atrás perspicaz ao perceber que por vezes dispensava a minha companhia, já não apreciava tanto assim a minha atenção, o tempo que te dedicava, a forma como eu te guardava, com tanto cuidado… Era algo especial e importante para mim. 

Imprudente eu seria insistindo em te amar. Decidi me afastar e distante algum tempo é que então me dei conta que sentíamos diferente, a visão era outra e a importância também, me senti idiota, um ser desprezível, a palhaça perfeita, fui hipócrita comigo mesma… Palavras fortes!? Sentimentos confusos!?  Senti pena de mim!? Na verdade, não.

Nada disso era capaz de descrever a forma como estava me sentindo. Era algo bem maior, mais intenso, bem mais triste eu afirmo, mas ao mesmo tempo reconfortante. Era a primeira vez que sentia minha alma pulsar desejando ser eu mesma e te deixar ali esquecido de vez, sem remorso algum. Desilusão amorosa… uma derrota para mim!? Não. Libertação!

Teu descaso era visível, tuas palavras desencontradas, vazias, sem expressão alguma, e sem perceber tu me perdias aos poucos, pensando enganar-me. Iludia teu ego! Mentia a ti mesmo, era tu quem sofria. Não imaginou ser possível.

Em tua visão distorcida e até irracional te imaginavas o único, pensava ser mesmo insubstituível, mas, na verdade posso dizer que tu não me conhecias, duvidou da coragem, impossível acreditar em minhas capacidades por menos ainda na audácia que eu tinha…. Eu mesma não acreditava!

Um dia acordei, desvendei os meus olhos e te vi como realmente eras, foi aí que entendi que tua relação mais íntima era apenas contigo mesmo, mas não foi difícil compreender, bastava olhar teu passado pois assim como eu, tu também tinhas um…. Estavas sempre em busca de algo ou alguém que preenchesse o vazio que abrigavas em ti, há tanto tempo. Buscavas por aventuras que não me eram possíveis, minha vida era real, intensa demais e até confusa, mas… Uma vida “normal”. Termo que te soa estranho bem sei pois pensavas ser livre, ter em ti de tudo um pouco, sempre ao teu alcance, talvez por um tempo até tenha sido possível, difícil saber a que preço… ainda tenho minhas dúvidas pois não estás feliz, a verdade é que nunca foi.

És incapaz de sorrir, teu olhar é perdido, disperso em tuas próprias confusões, e te vejo acorrentado àquilo que não pôde mudar. Ah como eu desejava poder não enxergar além do rosto que todos veem! É difícil explicar, te conheço tão bem…. Teu pálido semblante se faz mais visível, transmite tuas frustrações, de certa forma isso também me perturba… ver tuas inquietações. Mas são coisas só tuas. Resta-me apenas dizer que estou bem. Não sei se te superei ou superei a mim mesma, me refiz, não te culpo por nada tornei-me alguém mais feliz! Tempos difíceis transformam e nos fortalecem.

Meu pesadelo acabou e já não penso mais em ti.  Não como eu pensava antes. Fiz as pazes com nós dois.  Vendo hoje minha imagem, o progresso que já fiz, entendo que teu lugar não existia, não ali comigo e, é difícil explicar seria mesmo impossível. Incapaz de acompanhar-me hoje observa à distância, em silêncio e isso é tudo.

Laços que eu desfiz, um nó que já não me prende. A saudade de ti já não dói. Finalmente me encontrei e entendi que nunca fui dessas pessoas às quais é mais importante serem amadas do que propriamente amar… Prefiro mesmo é amar, sem esperar nada em troca porque assim a escolha em permanecer ou partir é só minha… As consequências nem sempre”!

Sobre o autor

Claudia oliveira

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