O QUE A GENTE QUER É PAZ
Tirei um dia para mim. Ainda que forçosamente porque o carro ajudou pedindo socorro. Fazendo lembrar que não podemos adiar o que é imprescindível por conta das demandas, já que, o que não pode faltar, custará mais caro se ficar para depois. Um dia de colocar tudo no lugar, pois na correria, mesmo que a gente nunca se esqueça, acaba deixando de lado.
Sempre analiso meus passos quando percebo que estou cansada demais, acumulando mais e mais trabalho. Ainda que a busca gire em torno de oferecer meu melhor, é preciso ajustar com o bem-estar e qualidade de vida. Porque se o caminho é equilibrar todos os pratinhos, correr ou aumentar o número de pratos, tende a dificultar muito o negócio.
No meio de todo o morde-e-assopra que a vida impõe, são em momentos de pausas que recalculo a rota. Naqueles instantes em que consigo olhar para o agora, sem tirar o poder do antes nem a maestria do depois. Ainda que vencidas as batalhas, a gente sempre acaba voltando ao mesmo lugar. Aquele lugar que é colo. Porque no fundo, o que a gente quer, é paz.
O jeito é parar. Realinhar as desordens, corrigir as ranhuras, apurar os remendos. Nada supera uma mente sã e um coração tranquilo. No final das contas, ao retornar, esticando as pernas e relaxando o corpo, sorrindo me recordo: nada é mais indispensável quanto o conforto do meu próprio lar. Muitas coisas podem ser adiadas, deixadas para trás, só nunca me esqueço que na vida, nada pode custar a minha santa paz.