FORÇA TRANSFORMADORA OU FORMA DE VINGANÇA
No universo das dinâmicas sistêmicas da Constelação Familiar, Bert Hellinger nos introduz a uma reflexão profunda: “O papel da vítima é a mais refinada forma de vingança”. Mas o que isso realmente significa no contexto de nossas vidas e da forma como nos percebemos em nossos sistemas familiares? Vamos explorar essa perspectiva e compreender um pouco como podemos nos elevar além da vitimização para alcançar o verdadeiro crescimento. Uma vez que essa dinâmica é muito complexa e polêmica, receba com amor este texto, apenas como reflexão e não uma verdade absoluta.
Mas, por que é desafiador abraçar essa compreensão dentro da constelação familiar? Porque envolve profundidade e complexidade. A constelação não nos direciona ao perdão forçado nem à reconciliação com os opressores. O que ela faz é ajudar-nos a discernir e ordenar a dinâmica entre vítima e algoz.
Bert Hellinger evidencia a importância do ‘Movimento da Alma’ – reconhecer e honrar nosso lugar no sistema é crucial. Ao assumir o papel de vítima, nos desconectamos de nossa essência e autenticidade, muitas vezes sem perceber que estamos, de fato, buscando aliados para reforçar nossas dores e crenças. Essa busca pode perpetuar desequilíbrios em nosso sistema familiar e nos manter presos em um ciclo de dor.
O caminho
Contudo, há um caminho, uma rota de escape dessa armadilha. O ideal é buscar uma conexão mais profunda com o nosso ser interior e com o campo informacional do sistema ao qual pertencemos. Em vez de cultivar relações baseadas na validação de nossas limitações, podemos escolher relações que nos desafiem, que promovam nossa evolução e nos incentivem a prosseguir.
A constelação jamais pede perdão ou faz alguém se reconciliar com o algoz. JAMAIS! A constelação familiar ajuda a compreender essa dinâmica que acontece entre vítima e algoz, procurando colocar em ordem.
Força de Vingança
A questão é que muitas vezes a pessoa permanece como vítima para não evoluir na vida como forma de vingança, por lealdade familiar, por querer “punir” pai e/ou mãe.
São dinâmicas inconscientes e por isso fica mais difícil a compreensão se não estiver disponível com o coração e a transformação.
Para entender tudo isso é preciso querer, estar aberto e disposto a olhar para este emaranhamento.
Perceber-se como vítima e explorar a dinâmica vítima-algoz é um caminho complexo na Constelação Familiar. É preciso coragem para ver além, para evoluir para além da vingança, da lealdade familiar que nos prende a padrões antigos e, às vezes, destrutivos.
Ao me aprofundar nesses ensinamentos, vejo que muitos de nós confundem o apoio com a busca por aliados. Quando procuramos validação cega para nossas crenças e dores, geralmente estamos atuando a partir de um lugar de vitimização. Essa postura muitas vezes se traduz em autoritarismo e falta de amorosidade, responsabilizando os outros por nossas próprias dores.
Força Transformadora
A verdadeira transformação começa quando paramos de procurar aliados cegos para validar nossa posição de vítima e começamos a assumir a responsabilidade por nossa própria vida. Olhar para dentro, em vez de procurar soluções externas, é o caminho para transformação real. Encare suas relações diárias e observe a posição que você escolhe: a de uma vítima que busca aliados ou a de um indivíduo autêntico, conectado com seu coração e sua força interior. Afinal, é na reflexão profunda, que encontramos a verdadeira força transformadora. E agora, eu pergunto: você está pronto para se libertar das amarras da vitimização e descobrir a força transformadora dentro de você? Existe um desejo genuíno, pulsante de mudança dentro de você? Reflita sobre isso e, se desejar venha caminhar comigo.