A ARTE DE VIVER, SEGUNDO O PENSAMENTO DE EPICTETO
A reflexão filosófica faz-se necessária na cotidianidade da vida humana, pois, a filosofia não somente uma maneira de pensar, é também uma postura diante do mundo; ela é uma forma de observar a realidade que procura ver os acontecimentos além de sua aparência imediata, e no contexto social das sociedades humanas a filosofia assim como a espiritualidade, também têm a sua importância.
O presente artigo tem como objetivo apresentar, segundo o pensamento de Epicteto que o viver é uma arte (extraído do livro: A Arte de Viver (o manual clássico da virtude, felicidade e sabedoria). A filosofia estoica, romana, estabelece uma preocupação moral que ajuda organizar a vida do ser humano de maneira bastante prática e bastante simples. Na verdade, esse grande filósofo estoico, é realmente um excelente conselheiro para a vida. Então, eu gostaria de apresentar-lhes esse grande filósofo, Epicteto; muito embora ele tendo sido escravo, mas, tinha ele uma alma extremamente livre (55 a 135 d C.)!
Enumerei algumas de suas citações com o intuito de apresentá-las de modo simplificado:
1 – “A felicidade e a liberdade começam com uma clara compreensão de princípio; algumas coisas estão em nosso controle e outras não estão, só depois de aceitar essa regra fundamental aprendemos distinguir o que podemos e o que não podemos controlar é que a tranquilidade interior e a eficácia exterior tornam -se possível. Sob nosso controle estão as nossas opiniões, aspirações, desejo e as coisa que nos causa repulsa ou nos desagrada; essas áreas são justificadamente de nossa conta porque estão sujeitas a nossa influência direta temos sempre a possibilidade de escolha quando se trada de conteúdo e natureza de nossa vida interior. Fora do nosso controle, entretanto, estão coisas do tipo de corpo que temos, se nascemos ricos ou se tiremos o bilhete da sorte grande e enriquecemos de repente, a maneira que somos vistos pelos os outros ou qual a nossa posição na sociedade; devemos lembrar que essas coisas são externas, portanto não dependem de nós. Tentar controlar ou mudar o que não podemos, só resulta em aflição e angústia; lembre-se, as coisas que estão em nosso poder estão naturalmente em nossa disposição, livre de quais quer restrições ou de entendimento. As que não estão, porém são frágeis sujeitas a dependências ou determinada pelo capricho ou ações dos outros; lembre-se também do seguinte: se você achar que tem domínio total sobre as coisas que estão naturalmente fora de seu controle ou se tentarem assumir questões de outros como se fosse sua a sua busca será destorcida e você se torna uma pessoa frustrada ansiosa e com tendência para criticar os outros”.
2 – “Ocupe-se apenas do que você possa controlar, mantenha a sua atenção inteiramente concentrada no que de fato lhe compete e tenha bem em mente que aquilo que pertence aos outros é problema deles e não seu, se agir assim estará inteiramente imune e ninguém poderá o coagir, e será verdadeiramente livre e eficiente em suas ações, pois os seus esforços estarão canalizados para as boas atividades e não tolamente esperdiçados em críticas ou em confrontos com outras pessoas; tendo conhecimento e dando atenção ao que de fato lhe compete não será obrigada realizar qualquer coisa contra a sua vontade, os outros não poderá feri-lo e você não fará inimigo ou será prejudicado. Se o seu objetivo é viver de acordo com esses princípios, lembre-se de não será fácil, você deverá abrir mão inteiramente de algumas coisas e adiar momentaneamente outras; é possível, até mesmo, é preciso privar-se de riqueza e de poder se quiser atingir a felicidade e a liberdade”.
3 – “Reconheça as aparências pelo o que realmente são, de agora em diante pratica dizendo para tudo que lhe parecer desagradável: isto é só aparência de modo algum o que parece ser e então examine os princípios que acabemos de considerar. Em primeiro lugar, essa aparência está nas coisas do meu controle ou será que não estão? Se a questão esteja relacionada com as coisas fora de seu controle trina a se mesmo para se preocupar-se com ela”.
4 – “Os desejos exigem a sua própria realização. Nossos desejos e aversões exigem satisfação imediata; os desejos ordenam para que apressemos para obter o que queremos e as aversões insistam para que evitemos aquilo que nos causa repulsa. Todas as vezes que não conseguimos o que queremos ficamos desapontados, e quando recebemos o que não queremos ficamos angustiados; se, portanto, você procurar evitar apenas as coisas indesejáveis e contrária ao seu bem natural que estão sobre o seu controle não estará sujeito o que de fato não deseja, entretanto, se tentar evitar coisa que não está em seu controle como doença, morte ou infortúnios dos quais você não tem nenhum controle verdadeiro causará sofrimento a si mesmo e os que estão a sua volta. Desejos e aversões apesar de serem poderosos não passam de hábitos, e podemos treinar para termos hábitos melhores; reprima o hábito de sentir aversão por tudo aquilo que está fora de seu controle, em vez disso procura combater as coisas que estão em seu controle e que não são boas para você. Faça o possível para ser dono dos seus desejos porque se você desejar algo que está fora de seu controle sem dúvida o resultado será uma decepção, enquanto isso você pode estar negligenciando coisas que estão em seu controle que vale apena desejar, é claro que existem ocasiões que, por questões práticas você precisa correr atrás de alguma coisa deixando de lado a outra, mas, faça isso com graça, finura e reflexibilidade”.
5 – “Veja as coisas como ela são, as circunstancias não ocorrem para atender as nossas expectativas, os fatos acontecem como tem que acontecer, as pessoas comportam-se de acordo com o que são, acolha as coisas que de fato conseguir, abram os olhos e vejam as coisas com elas são, e preserve-se assim da dor causada dos falsos apegos e os estragos inevitáveis; pense no que lhe dar prazer, os instrumentos sejam os quais forem de que você depende, as pessoas que lhe são caras, mas, lembre-se de que cada uma delas tem caráter próprio, separado independentemente da maneira que as ver”…
6 – Você deve definir claramente a pessoa que você quer ser; e convém lembrar-se de que a “fidelidade é atitude correta. É crer na vida como um todo ordenado segundo leis. É não querer controlar o que não depende de nós. A fidelidade é, portanto, o antídoto da amargura e da perplexidade”.
7 – “A bondade é a prática e a própria recompensa. Basta-nos para sermos felizes. Devemos afinar o nosso caráter como se fossem as cordas de um instrumento. A bondade é o sutil reajuste do nosso caráter durante a vida inteira”.
Epicteto dizia que a felicidade é o desempenho contínuo, dinâmico e permanente de atos de valor. Para ele, nossa vida é construída a cada momento, e tem utilidade para nós e para as pessoas em nossa volta. Bem, é interessante percebermos que a felicidade está sempre em movimento, ela existe em nossas ações diária, se o que fazemos é positivo, essa ação trará felicidade a nós e a quem se beneficiou com essa ação. Ela não está nas coisas que possuímos e sim em nossos atos. De acordo com a sua ótica a vida excepcional é aquela que dá resposta ao que cabe a nós da melhor maneira possível.
Epicteto, contudo, sugere-nos que devemos contemplar o mundo com frescor, sem esquemas prévios; e segundo ele todos nós sabemos muito pouco, e afirma que arrogância é a máscara da covardia. O que Epicteto quer dizer com isso? Que todos nós devemos viver a vida com leveza, sem complicações, sem ansiedades, sem produzir os conflitos. E diz mais, que nós sabemos muito pouco, e sobretudo de nós mesmo; portanto o autoconhecimento se faz necessário. Como podemos conhecer o nosso exterior se pouco sabemos de si próprio. Quando ele afirma que a arrogância é a máscara da covardia, ele quer dizer, exatamente o que (para o leitor responder)?