SUA CRIANÇA INTERIOR

13/10/2023 às 14h05
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Escravos de Jó / Jogavam caxangá / Tira, põe / Deixa ficar / Guerreiros com guerreiros / Fazem zig zig zá

Eeeeita! Falei em criança, lembrei dessa musiquinha infantil que nós, adultos, muitas vezes erramos na brincadeira! Hahahaha

Oooiiii! Vamos lembrar da nossa criança interior?!

Calma, calma… não vou dizer aqui que saí pulando amarelinha… ops, bem… quero dizer… pulei sim

E a minha priminha se craquelou toda de vergonha!

Ela tem 8 anos e eu tenho…, bom… se for pensar em idade mental, devo ter 8 também! Hahahaha

Que vou buscá-la na escola quase todos os dias. Em um desses dias, tinha uma amarelinha desenhada na calçada. Bem mal desenhada mas dava para saber que era amarelinha.

Passei pelo desenho, mas aí eu parei e olhei para trás. Nicole me olhou desconfiada e eu disse a ela: vamos pular amarelinha???

Ela, achando que eu estava brincando, deu uma risada e só disse: Nã….

O “o” não deu tempo porque eu saí pulando! Hhahaa e senti duas mãos no meu braço me puxando ahhahaha e ela, toda vermelha igual a um tomate extremamente maduro dizia: “Pára Si! Pára Si! Não faz isso! Chega! Vamo embora logo”!

Hahahahahahhahahahhaah

Mas poxa vida… eu só tava pulando amarelinha! Minha infância eu passei brincando de amarelinha, já que pula cela eu não conseguia por ser muito pequena e meus primos muito maiores do que eu! Era um mico só porque eu conseguia cair sentada nas costas deles tentando pulá-los! Ainda continuo pequena, por isso continuo na amarelinha!

A minha criança interior gosta muito dessas artes. No pilates eu consigo fazer algumas artes ahhahaha um pouco mais adultas, mas mesmo assim, me dá a sensação de que eu estou brincando. Uma brincadeira um pouco perigosa às vezes, mas nada que cause muito prejuízo, só uns dois dedos que quase quebraram, mas sobreviveram.

É.…, bom…, mas isso é porque eu aprendi a lição hahahaahhahhaa, se não as bizarrices arteiras continuariam e talvez eu aparecesse qualquer hora com um braço engessado, um tornozelo trincado… e por aí vai… o que conta é que meus dedos se salvaram e eles estão retinhos de novo! Eles ficaram retinhos de novo porque eu fiz aula de ukulele ahahahhaah. Não vou contar a história dos dedos de novo, prometo!

Certo… e você resolveu falar de criança interior porque você viu alguma pulando amarelinha na rua, você foi lá pular e elas saíram correndo“?

Não, não hahaha é que eu estava dentro do busão voltando de São Paulo e vi dentro de um restaurante, uma garotinha de uns 4 anos sentadinha sozinha comendo ou brincando, não vi ao certo.

Acho que ela deve ser filha do dono do local porque o restaurante estava vazio e tinha só ela lá dentro.

Pode ser que a mãe ou o pai tivesse ido pegar algo para ela comer lá na cozinha ou talvez tivesse ido ao banheiro… sei lá…

Sim, sim. Pensei nessas hipóteses aí…, mas independente do motivo dela estar sozinha ali, me bateu uma tristezinha, sabe?

Sei lá, deu um aperto no coração. Não me pergunta o motivo, mas eu sempre achei que crianças precisam de companhia, de atenção, de puxão de orelha também mas ser deixada sozinha… se for uma coisa comum para ela, ela vai crescer achando que isso é comum e normalzão, ou então, pode crescer e acabar super se apegando àqueles que dão atenção a ela sempre.

Na minha ideia aqui, acredito que nem um, nem outro, seja uma boa coisa. E sabe, acho que deu tristezinha quando eu vi a garotinha sozinha porque o mesmo acontecia comigo quando eu era criança.

A identificação ali foi forte.

E não! Não estou escrevendo isso para você sentir dózinha de mim não! Páaaaara… eu estou de boa…

O que eu quero dizer aqui é que a gente pode crescer achando que tudo é muito normal e comum, mas que na verdade não é normal, mas é muito comum!

Situações que nos fazem pensar que ficar sozinho está bom, relacionamento tóxico está ok, obsessão por alguém também está valendo, entre outras coisas.

E para se desprender de tudo isso, dói! Dói porque as cenas da infância voltam e vem as lembranças de fazer as refeições sozinho, ouvir os pais brigando um com outro ou com seu/sua irmão/irmã, ficar obcecada por um amiguinho/a porque um dia ele/ela te emprestou uma borracha durante a aula e você sentiu toda aquela atenção que você nunca teve enquanto criança.

Poorra… é dolorido!

Aí a gente cresce como? Como aquela criança que aprendeu tudo torto achando que tudo está certo desse jeito que é.

Ainda bem que a gente pode ir lapidando esses sentimentos aí e junto com nossos novos aprendizados, a gente vai se “criando”.

Nessa eu percebi o quanto eu estava aberta naquele momento para ter a percepção que tive quando bati o olho na garotinha.

Eu podia ter somente olhado e continuado a brisar dentro do busão ouvindo música. Mas a atenção foi tamanha que eu parei na viagem, voltei no meu tempo infantil e TARÃAAAAAM! Bingo! Percebi-me, fiz uma autoanálise e penso que, as peças mal encaixadas do quebra-cabeças da minha vida, foram para o lugar certo (pelo menos uma parte delas) e a dor que existia daquele tipo de solidão, passou!

Encarei a dor de frente igual o que um lutador de MMA faz encarando seu oponente antes da luta. E não dói mais! Beeeeeijo!!

Sobre o autor

Simone Komatsu

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