XANGÔ O SENHOR DA JUSTIÇA
Dia 30 de setembro é quando se comemora o Dia de Xangô, orixá cultuado no candomblé e na umbanda, conhecido por trazer justiça e sabedoria!
Xangô é o Deus da Justiça e seu campo de atuação está nas pedreiras, exercendo uma influência muito forte em seus filhos, principalmente a Justiça. Traz para seus filhos a Justiça que deixa de ser uma virtude para passar uma obsessão, o que faz de seus filhos um sofredor, principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento, e não o da Justiça Divina, quase sempre diferente do nosso.
Xangô, conquistador, bonito, vaidoso e sensual, é um orixá ligado ao fogo, traz justiça iluminando os caminhos e libertando quem está se enganando. Ele rege a sabedoria, que gera o poder da política. Sendo a ele que recorremos para resolver problemas com papéis, documentos, burocracias e estudos.
FILHOS DE XANGÔ
Os filhos de Xangô têm tendência a obesidade e com um corpo atarracado, com tronco forte e largo, ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura; tem forte tendência à falta de elegância.
São mulherengos, são tidos como grandes conquistadores, são fortemente atraídos pelo sexo oposto e a conquista sexual assume papel importante em sua vida. São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, porque para eles sexo é algo vital, insubstituível, mas o objeto sexual em si não é merecedor de tanta atenção após satisfeito desejo.
Tem uma enorme autoestima, uma clara consciência de que são importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente, que sua opinião será decisiva sobre quase todos os tópicos. Os filhos de xangô são sempre ouvidos; até mesmo quando não são considerados especialistas num assunto ou de fato capacitados para emitir opinião.
São extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável. Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida, mas, feita a lei, retornam a seu comportamento mais usual.
Seus filhos são pessoas muito especiais e lidar com elas é um aprendizado diário, devendo ser cultivado com atenção e desvelo, para que não aconteçam atritos e desentendimentos desnecessários.
QUALIDADES DE XANGÔ
Alufan: Veste branco e suas ferramentas são prateadas
Alafim: É representado como o dono do palácio real. É governante de Oyó e exibe características de Oxalá e Oxaguian
Afonjá: Conta a lenda que Oyá enviou por Obatalá um talismã mágico que é capaz de matar seus inimigos com um raio. Essa qualidade do orixá se alimenta com a mãe Iemanjá. Xangô Afonjá esta sempre em disputa com Ogsputa e um dos mitos relata que Afonjá e Ogum sempre lutavam entre si seja por uma disputa ao amor da mãe, Iemanjá, ou também pela competição de suas mulheres: Oyá, Oxum e Obá.
Aganju: Esse nome significa terra firme. Tem perna de pau e é casado com Iemanjá sendo o mais novo filho de Oranian. Essa versão de Xangô é a mais cruel pois ele leva o coração do inimigo na ponta da lança. Dizem que ele é amaldiçoado por ter matado e comido a própria mãe.
Agogo / Agodo / Ogodo: Essa versão de Xangô é ruim e gosta de dar ordens e ser obedecido. Segundo a lenda foi ele o responsável por raptar Obá. Ele come com sua mãe, Iemanjá e nessa versão ele aparece com dois machados (conhecidos como Oxês). Ele lança raios e fogo sobre seu próprio destino e o destrói.
Baru: Esse orixá veste-se de marrom e branco. De acordo com o mito Xangô recebe de Oxalá um cavalo branco como presente. Após a prisão de Oxalá em um calabouço no seu palácio, Xangô Baru, pediu para que todos se vestissem de branco e pedissem perdão ao Orixá da criação restabelecendo a paz em toda a Terra.
Bade: É um jovem vodum da família. Corresponde ao Xangô jovem dos nagôs. É o irmão de Loko e usa roupas azuis com faixas atadas atrás das vestes.
Jakuta: É aquele que atira as pedras. É a encarnação dos raios e trovões. De acordo com o mito ele foi atacado por guerreiros de povos distantes em um dia que seus súditos descansavam e dançavam ao som dos tambores. Depois de muitas mortes Jacutá conseguiu escapar com seus conselheiros de onde pode observar o sofrimento do seu povo. Então o rei chamou sua mulher Iansã que levou com suas tempestades os raios de seu rei. Os raios de Iansã caíram e afugentaram os invasores.
Koso ou Obacossô: De acordo com a história depois de passar por uma cidade chamada tapas Xangô se refugiou em uma cidade chamada Kossô mas se suicidou por ter suicidado seu povo. No momento de sua morte Iansã chegou ao Orum e pediu a Olodumare que o transformasse em um Orixá.
Oranifé: Essa versão de Xangô é impiedosa e é muito conhecido como sendo de temperamento difícil viril e não designar a seus filhos perdão.
Airá Intile: Esse é o filho de rebelde de Obatalá. Airá tinha sempre colares de contas vermelhas e brancas feitas por Obatalá para que toda a terra soubesse que ele era seu filho.
Airá Igbonam (Agoynham ou Ibonã): O pai do fogo para o qual dança-se, canta-se sobre brasas escaldantes de fogueiras.
Airá Mofe, Osi ou Adjaos: Companheiro de Oxaguiã. Os Airá seriam sempre muito velhos, vestidos de branco e usando contas azuis em vez de corais vermelhos.
07 ERVAS DE XANGÔ
Aperta Ruão: Os babalorixás a utilizam nas obrigações de cabeça; no caso dos filhos do trovão é usada a nega-mina.
Mulungu: Tem plena aplicação nas obrigações de cabeça e nos banhos de limpeza dos filhos de Xangô.
Fumo-bravo: Empregada nas obrigações de cabeça, particularmente nos ebori e como axé do orixá.
Mimo de vênus: Aplica-se folhas, ramos e flores, em banhos de purificação dos filhos de Oyá e Xangô.
Nega mina: Inteiramente aplicada nas obrigações de ori, e nos banhos de descarrego ou limpeza e nos abô.
Panacéia: Entra nas obrigações de ori e nos banhos de descarrego ou limpeza.
Bambu amarelo: Os galhos finos, com folhas, servem para realizar sacudimentos pessoais ou domiciliares.
CURIOSIDADES SOBRE XANGÔ
Sincretismo: São Jerônimo;
Vela: marrom;
Auxilia: justiça e sabedoria;
Oferendas: pedras, alguidar, pé de porco, feijão preto, cerveja preta, vinho tinto seco, licor de ambrosia ou machado de dois gumes;
Flores: palma branca, lírio branco ou amarelo e cravo;
Local de oferenda: pedreira, cachoeira ou nas montanhas;
Dia de Xangô: 30 de setembro.
Saudação a Xangô: Kaô Kabecilê é uma expressão em Nagô que significa “Venham Saudar o Rei”.
AMALÁ DE XANGÔ
Ingredientes: 12 quiabos; 1 litro de mel; Azeite de dendê; Água; Carne de peito; Camarão seco; Cebola.
Como fazer: Corte os quiabos em pedaços pequenos, tempere com cebola ralada, camarão seco e azeite de dendê. Cozinhe bastante e depois misture com rabada ou carne de peito cozida, cortada em pedaços.
BANHO ENERGÉTICO DE XANGÔ
Ingredientes: Levante; Manjericão roxo; Cavalinha.
Como fazer: Ferva cerca de 2 litros de água e adicione os três ingredientes; Em seguida, tampe o banho com um prato para abafá-lo por cerca de 10 minutos;
Tome seu banho de higiene se seque e logo após jogue o banho pescoço para baixo e deixe secar naturalmente. Descarte os resíduos na natureza.
ORAÇÃO PARA O DIA DE XANGÔ
O Senhor que é o Rei da Justiça, faça valer por intermédio de seus doze ministros, a vontade Divina. Purifique minha alma na cachoeira. Se errei, conceda-me a luz do perdão.
Faça de seu peito largo e forte meu escudo, para que os olhos de meus inimigos não me encontrem.
Empresta-me sua força de guerreiro, para combater a injustiça e a cobiça. Ofereço a minha devoção. Que seja feita a justiça para todo o sempre. É meu Pai e meu defensor, conceda-me a graça de receber sua luz e de receber sua proteção.