SAUDADE

18/09/2023 às 08h59
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Palavra abstrata que expressa algo que para nós é tão concreto, como a distância, a falta que sentimos de alguém, de algum lugar ou de algo.

Sentir saudade é vivenciar a ausência do que já não se tem ou que possa estar longe. Difícil de descrever e tão fácil de sentir. Somente o fato de estarmos distante de quem amamos, de deixar de ter ou fazer coisas que tínhamos o costume de fazer, é o bastante para despertar esse sentimento tão único, que no Brasil ganhou uma data para ser comemorado, 30 de janeiro.

É a saudade que nos mostra a importância e o valor das pessoas que nos cercam. Ou que apenas, por um breve momento, passaram por nossa vida. E que de uma maneira ou de outra estão longe. Sentimos saudade de lugares que já fomos e que nos marcaram de alguma forma.

O período do romantismo pode ter contribuído muito, para o surgimento dessa palavra tão pequena, mas que sozinha consegue dizer tanta coisa. Dizem que foi durante o Brasil-Colônia. Os colonizadores portugueses, sentindo falta dos seus parente e amigos, do seu lar e da terra em que nasceram, se viram envolvidos em um sentimento de angústia, melancolia, tristeza e ausência, causada pela lembrança de tudo o que foi deixado do outro lado do oceano Atlântico.

Em uma entrevista no G1.com, o filósofo Mário Sergio Cortella fez uma reflexão sobre a saudade.

É um sentimento magnífico de algo que só nós humanos temos, naquilo que a gente conhece, que é a possibilidade de olhar nosso passado. Recordar, olhar para trás e pensar “Poxa, eu já tive isso, vivi isso, seria bom que agora estivesse aqui.” É sempre algo que marca o caminho”, completa.

Cortella se opõe a expressão “matar a saudade” e, em tom de brincadeira, afirma que há “um pouco de crueldade” nesta frase. “Eu não quero que ela faleça, quero que ela persista. Não quero que seja o tempo todo e nem que ela doa. Mas quero que ela venha de vez em quando me visitar, mesmo que eu esteja distraído”, ressalta.

A saudade é mágica. É humana e única. É tudo o que um dia passamos. E tudo o que um dia sentimos. Ela nos devolve os momentos que fizeram parte da nossa vida, da nossa história. E da mesma maneira que ela aperta o peito, ela também esquenta o coração. Se não temos saudade, não temos nada para lembrar. Nada para fazer parte do que somos hoje.

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Katia Marques

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