UM GRITO PELO FIM DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

06/09/2023 às 15h19
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Eu, tenho o direito de optar pela religião que me convém, e que eu me sinta à vontade. Assim como todos. 

A Intolerância religiosa é uma forma de violência, física ou simbólica, que tem por objetivo a negação e a supressão de uma religião. Assim sendo, é um caso de preconceito. No Brasil, as religiões afro-brasileiras são o exemplo de religiões que sofrem com a intolerância religiosa, por pessoas que tem total falta de cultura e extremo desrespeito. Entende-se, que todas as pessoas tenham direito a ter sua cultura e etnia respeitadas, consequentemente também às diferentes religiões. Tais religiosos, protagonizam atos explícitos de violência simbólica, que estigmatizam, desqualificam e rebaixam moralmente os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Apesar da estratégia de salvação continuar sendo a justificativa, nas legislações brasileiras e nos Direitos Humanos. Esta situação é considerada crime de violação de direitos. O entendimento de que apenas a própria religião salva, só pode ser usado dentro da mesma, e não para agredir outras pessoas e culturas. A liberdade religiosa se baseia nos direitos civis, ou seja, relativos ao indivíduo, e nas garantias dos Direitos Humanos, para que não haja, discriminações de nenhum tipo, entre os seres humanos.

O ambiente democrático das sociedades contemporâneas leva ao debate e a convivência entre grupos distintos. Não é considerada intolerância religiosa o debate saudável e respeitoso, e sim, quando em debate se procura diminuir, ridicularizar, ofender, blasfemar, satirizar as práticas religiosas. A liberdade religiosa, como se sabe, pressupõe as liberdades de culto, de crença, de pensamentos de consciência de expressão, liberdades que são essenciais para o funcionamento da Democracia. Apesar disso, o exercício dessas liberdades, mesmo que restrito e regulado pelo aparato jurídico-político. Isto é, o contexto democrático de liberdade, tolerância e pluralismo religioso não resulta automaticamente numa coexistência harmônica (o que supõe uma concepção bastante ingênua de democracia) entre as diferentes religiões presentes num determinado território.

A Constituição Federal garante liberdade religiosa a todo cidadão brasileiro. Isso inclui o direito de escolher a religião que deseja e o de expressar as tradições e ritos da crença escolhida. Mas, nas comunidades afro-religiosas do Brasil isso não vem ocorrendo há anos. Em cada canto do país, adeptos das diversas religiões ditas verdadeiras, fazem suas próprias leis, perseguindo adeptos da Umbanda e do Candomblé, por pensarem não serem estas religiões verdadeiras. Mas quem pode dizer o que é verdadeiro ou falso quando se trata de religiosidade? O verdadeiro está na fé de cada um, está nas boas ações, no entender do outro como seu igual, suprimindo as diferenças, respeitando o livre arbítrio.

Em todo o Brasil, grupos afro-religiosos unem-se para pedir o fim da discriminação e intolerância religiosa. Tem sido comum, caminhadas e fóruns, nos quais, o segmento afro-religioso, e até artistas, intelectuais e representantes de várias crenças, denunciam o preconceito e a perseguição por parte de outros grupos religiosos. Lê-se nas revistas e jornais que os ataques são sistemáticos, inclusive pelos veículos de comunicação. O segmento afro-religioso convive com ofensas e com o desrespeito a sua crença, em cada esquina, vândalos depredam as oferendas aos orixás, que são simbologias importantíssimas para os afro-religiosos. É fácil verificar que a ideia de intolerância religiosa, parte da visão que muitos têm, de que a sua religião é a verdadeira, e não abrem mão deste padrão, não se dão a chance de conhecer as outras culturas, outras religiões, contribuindo assim para o desrespeito com as demais religiões existentes, muitas delas, mais antigas que o catolicismo e que o protestantismo.

Tolerância religiosa significa reconhecer que cada povo, cada cultura, cada comunidade, tem o direito de possuir sua própria religião e reverenciar suas divindades. O que é padrão para um, pode não ser para outros, e ninguém tem o direito de impor, qualquer religião ou crença a quem quer que seja. Tolerância significa entender que o que é errado para uns, também tem sua verdade para outros. Verdade esta, que não é melhor, nem pior, do que qualquer outra verdade, e que deve ser respeitada não por bondade ou tolerância, mas principalmente, por acreditar que todos os grupos humanos, possuem iguais poderes de ligação com a natureza divina, afinal, nada mais é do que religião. (Namastê). MENSAGEM DO DIA: “Nenhuma raça humana é superior; nenhuma fé religiosa é inferior.”

Sobre o autor

Antonio Chaves

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Comentários

1 comentário

  1. Uma religiao não define, o homem. Mas o homem define sua religião. Te torna um ser humano melhor, é essa , a certa. Não te torna um humano melhor, o defeito não é dela, e sim do ser humano que a professa! Boa noite…

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