COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA E RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS

03/09/2023 às 12h07
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Quando se trata de relacionamentos, um amplo cenário se abre em termos de condutas para a manutenção do equilíbrio, como a comunicação, que recebe destaque, por sua relevância.

Havendo equilíbrio na comunicação, as partes envolvidas se beneficiam mutuamente. Trata-se de diminuir possíveis ruídos, conflitos, compreensão das necessidades, e sem dúvida saber o momento de falar e de escutar.

A comunicação não-violenta é uma das técnicas que visa a boa comunicação, abordando contextos individuais percebidos, além das necessidades que podem se apresentar em uma comunicação e o gerenciamento quando necessário – de conflitos, conversas mais dificultosas, abertura, etc.

Assim é que a comunicação não-violenta pode auxiliar, através do apontamento de quatro componentes.

Elaborada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg a Comunicação Não-Violenta (CNV) inclui as seguintes considerações:

Observação: Neste componente a ideia é de apenas observar o cenário como um todo, sem criar, no entanto, juízo de valor sobre o que se observa – a comunicação como acontece (a fala do outro, a dinâmica das ações e o que lhe causa);

Sentimentos: Após a observação, quais sentimentos surgem em você diante das falas, ações e dinâmicas percebidas. Identifique se é alegria, raiva, medo, incerteza ou outra emoção.

Na comunicação com o outro, evite afirmações que possam projetar a culpa no outro (como “Eu me sinto desrespeitado quando você …”).

Necessidades: Para auxiliar este terceiro componente é que as primeiras etapas são necessárias, para dar a avaliação mais precisa de suas necessidades. É como se fosse uma teia, que desencadeia uma melhor percepção, por isso mesmo deve-se ser honesto ao realizar as etapas.

Pedidos Claros: Neste último componente há a colocação do que você quer. Você também pode observar o querer do outro. Se tem a intenção de realizar um pedido, como “vamos rever uma questão” ou algo que o momento requer, coloque de modo positivo, sem confrontamentos desnecessários, julgamentos ou pressões que são descartáveis para que a comunicação seja efetiva.

Nós, nos relacionamentos, já nos acostumamos a fazer automaticamente algumas correlações, obtidas pelas observações e percepções diante dos acontecimentos que nos rodeiam. Mas pelo automatismo, podemos perder uma ferramenta essencial que é a consciência mais ampla, as necessidades que podem aparecer nas falas, os sentimentos e expectativas envolvidos no contexto.

Com a consciência ampla operando, as decisões e gerenciamento das relações interpessoais podem ser mais efetivas, evitando assim as frases ditas sem pensar ou atitudes sem pensar e passíveis de arrependimento futuro. A conscientização garante maior reciprocidade, no cuidado ao se expressar e perceber o outro.

A maneira como você se coloca e apresenta suas ações e falas importa para que a mensagem não tenha ruídos ou gerem conflitos.

Exemplos de frases com Comunicação Não-Violenta aplicada:

 – Ao invés de “sempre deixa para depois”, troca-se por “deixa para a véspera”;

– Ao invés de “nunca faz o que peço” por “Lhe pedi algumas vezes para realizar algo”;

– Ao invés de “Você tem se comportado de modo problemático” por “Seu comportamento pode causar problemas”;

– Ao invés de “quem você pensa que é…” por “neste momento você está com raiva ou interpretando mal, mas…”.

Um dos preceitos é de que geralmente, em uma conversa, não escutamos o outro para compreender, mas sim apenas para responder.

Outro ponto relevante é que a escuta deve ser empática, não se trata, portanto, apenas de uso para se comunicar, mas de ouvir. Neste caso, recomenda-se:

-Não interromper a fala;

-Não diminuir uma dor (pois geralmente a pessoa busca colocar para você como realmente se sente e importa validar a dor e não a diminuir);

– Não consolar quando o intuito na realidade pode ser de se exprimir e ser ouvido;

– Não dar conselhos de como você em determinada situação agiria – pois pode gerar um conflito dependendo de como se expressar, pela possibilidade de haver neste conselho julgamentos, por exemplo.

Para ter a certeza de que a comunicação foi efetiva, pode-se realizar um resumo da conversa que teve – de modo a não deixar que lhe escape os detalhes e as observações pertinentes que podem garantir que tudo foi compreendido e ambas as partes já se colocaram.

Existem outras técnicas de comunicação, mas todas têm em comum, de modo geral (principalmente nas conversas no ambiente de trabalho), a observação atenta quando uma das partes apresenta sua demanda ou necessidade antes de já emitir opinião imediata; este momento de escuta ativa permite que as informações sejam de fato refletidas e então possam seguir para outro ponto, que é do retorno ou resposta.

Sabemos que a maioria das pessoas têm a habilidade da fala mais desenvolvida, por vezes negligenciando a escuta, a questão é que ao não escutar atentamente pode-se gerar situações adversas e até mesmo iniciar-se uma briga ou discussão; geradas pela sensação de desatenção, acarretando possivelmente frustração, por não ter atendida uma ou mais necessidades.

Certamente alguns momentos a conversa acontecerá de modo fluido, sem nenhuma exigência de manter-se uma maior atenção, mas todos nós podemos diferenciar quais são estas situações e quais demandam maior nível atencional. Para estas, espero que estas dicas tenham ajudado e que coloque em prática, observando os resultados favoráveis. Até a próxima matéria, com outras dicas e reflexões.

Sobre o autor

Flavia Rebouças

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