O AMOR É COMPLICADO OU NÓS O COMPLICAMOS?

23/08/2023 às 17h26
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O amor, esse sentimento tão difícil, em alguns aspectos e tão fácil em outros, problematizado, exagerado, desperdiçado, ignorado, guardado, desiludido, tudo a depender de quem ama, ou é amado, mas bom demais de sentir. Como surge esse sentimento dentro de nós? Eu não sei, comigo já aconteceu de várias formas e ainda não encontrei uma boa explicação, então, deixo como está e sigo em frente com meus amores e desamores.

Acho o amor meio doido, isso eu, nada científico, sou apenas um amante apaixonado das coisas e pessoas que eu gosto, pois consigo amar a quem nunca me amou e nem fez nada para que eu a amasse, simplesmente o amor surge, confusão entre sentimentos? Talvez desejo sexual, uma pequena atração afetiva, coisa que inventei? Mas que ele acontece de um jeito meio louco, é verdade.

Por vezes o amor é complicado, dolorido sempre, dói para o ciumento, não é o meu caso, mas o ciúme é coisa esquisita, um sentimento desmesurado de posse sobre a outra pessoa que sufoca, aprendi, na vida e em alguns livros, e acredito cegamente que o amor liberta, não aprisiona, prender demonstra insegurança e desconfiança até do que sente em relação ao outro. O ciumento vê coisas acontecendo onde não existe nada. Sei não, mas ciúme não é amor, você pode até discordar de mim, mas não é…

Complicamos o amor inventando coisas, pedindo a tal da prova de amor, como provar que se ama alguém? Rasgando a roupa, fazendo besteira na rua, gritando e esperneando feito doido atrás da pessoa “amada”? Acho que o amor se prova em outras demonstrações de afeto, se é que ele precisa de provas, ele precisa ser provado em todo seu delicioso sabor. Pedir prova de amor, como o ciúme, é coisa de gente insegura, afinal atravessar um oceano a nado por uma pessoa, não prova amor, prova, sim,  que a pessoa que pensa em fazer isso é, no mínimo, insensata, ou está ouvindo muita sofrência.

O amor de uma mãe pelo seu filho parece ser aquele mais profundo, afinal aquela pessoa foi gerada no seu ventre, foram nove meses do relacionamento mais profundo entre duas pessoas, mais alguns anos de cuidados, incluindo amamentação, noites sem dormir e sabe-se lá quanta energia da mais positiva e pura foi trocada nesse relacionamento de vida. Mães e filhos, para mim o amor menos complicado que existe e o mais fácil de entender, mesmo quando o relacionamento entre eles é difícil, acredito que ainda existe um fiozinho do amor mais profundo envolvido.

Quisera eu saber explicar o amor, mas ter uma explicação daquelas definitivas, infelizmente não tenho e, a não ser uma pessoa cheia de muita luz, mais ninguém sabe como explicar esse sentimento. Complicado, difícil, doído, simples, triste ou feliz, o amor é isso tudo e muito mais, faltam palavras para definir esse belo sentimento, quantas podem ser usadas? A depender da situação, infinitas são as possibilidades, assim como o amor verdadeiro não tem fim. Será?

No amor tudo é belo, porque amar é uma forma de tirar alguns filtros que temos em nós, e tirar, também, a venda que insistimos em usar nos olhos, trocando-a por lentes potentes, capazes de fazer enxergarmos além da pele e dos músculos do outro. Uma lente que faz enxergar não somente o coração, mas o que está além dele, porque o amor não está no coração, esse é apenas um símbolo comercial, o amor está localizado no “EU” mais profundo da pessoa, é coisa lá de dentro, de um lugar onde há muita luz, mesmo estando longe da superfície. O coração desenhado trespassado por uma flecha, supostamente atirada pelo Cupido, símbolo máximo do amor Eros, nos mostra como o amor idealizado precisa ser provocado, arranhado, machucado para se mostrar em sua plenitude e beleza, como uma ostra precisa sofrer um arranhão para produzir uma linda pérola.

E as pessoas embrutecidas pelas circunstâncias da vida amam? Claro que sim, da forma que elas aprenderam a amar na dureza vivida, o amor está dentro delas também, claro, precisa ser mais provocado, sua demonstração, certamente, será mais bruta, pois a delicadeza dos gestos pode ter sido tirada a fórceps dessa pessoa, acredite, há amor dentro de uma pessoa embrutecida, sim. Se quiser ver esse amor florir, talvez não seja uma flor das mais belas, mas será a flor possível de conseguir, vai ter que despender muito cuidado, adubo e paciência, mas, certamente ela brota e o amor nascerá dela também.

Entender o amor é coisa sem sentido, eu prefiro nem tentar, vivo meus amores, sejam eles do tipo que forem, de olhos fechados, deixo que fluam naturalmente e me levem pelo ar. Vez ou outra levo uns trancos pesados por conta do amor, caio, me machuco e me levanto depois. Mas fazer o quê? Não desejo, e nem sei, analisar cada pessoa que amo, seja o amor fraterno ou carnal, amo e que seja bom o amor enquanto ele dure, que seja eterno, mesmo que a eternidade seja passageira, afinal, o que é a eternidade senão uma utopia contida na poesia?

É preciso, também, saber ser amado, mesmo que você não ame especificamente a outra pessoa, você talvez tenha culpa pelo sentimento dela, algo adubou o seu campo de flores quando ela te viu, quando se aproximou de você, e se for de seu conhecimento esse amor, saiba não frustrar essa pessoa, se não a corresponder na mesma intensidade e forma. Mas como não frustrar o outro se o amor não correspondido já é frustrante por si só? Tratando bem? Mas isso é parte da educação. Fingindo amar de volta? Isso é mentira e a mentira dói mais ainda. Então como, meu Deus? Olha eu não sei, complicado, como eu disse o amor não correspondido é sempre frustrante e, por vezes, triste, muito dolorido e nada fácil de entender, pois ninguém vê nada de errado em si mesmo e nem em seus sentimentos, portanto, não entende não ser amado.

Falar de amor é um exercício muito delicado, cada um o sente de uma forma, cada um o vê de um jeito diferente, cada um o vive da sua maneira e não dá para ser diferente, somos todos diferentes, cada pessoa vive à sua forma, em seus pensamentos, crenças e visões de mundo únicas. Falar de amor é como andar em um labirinto escuro e cheio de buracos, por vezes você dá de cara com a parede, depois cai num buraco enorme e quando consegue ver alguma coisa por um instante, percebe que nem saiu do lugar, ou voltou para o lugar de onde partiu. Melhor mesmo é fazer amor, não transar, que é bom, mas fazer amor com a pessoa amada é estar no céu em cima de uma cama. 

Sobre o autor

Celso Ciampi

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