VERTENTE KETU DO CANDOMBLÉ

20/08/2023 às 18h51
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A vertente Ketu é uma das principais vertentes do Candomblé, uma religião afro-brasileira que foi desenvolvida a partir das tradições Yorubá da Nigéria. Presente principalmente na Bahia, é a vertente mais comum do Candomblé e tem uma forte influência em outras tradições religiosas afro-brasileiras.

O culto dos orixás é o principal ponto da vertente Ketu do Candomblé, e cada orixá é considerado uma força da natureza que governa diferentes aspectos da vida humana. Esses orixás incorporam qualidades comuns, como a sabedoria de Oxalá, a agilidade de Oxossi e a energia criativa de Oxum. O Ketu acredita que ao cultuar esses orixás, pode-se alcançar um equilíbrio entre o mundo natural e o mundo humano.

A comunicação com os orixás é feita através do ritual de oferenda de alimentos. Esses alimentos são providos aos orixás como um sinal de devoção e respeito, e são adicionados a um caldeirão em oferta. O caldeirão é dirigido por um sacerdote chamado de “pai de santo”. O pai de santo é a figura central nas práticas do Ketu, realizando leituras de oráculo e orientando sobre as práticas de cura.

A música e a dança são fundamentais nas práticas do Ketu. A música sagrada e o canto, tipicamente acompanhados pelo som dos atabaques, conduzem o ritmo da oferenda de alimentos. A dança, que é interpretada pelo pai de santo e pelas pessoas presentes na cerimônia, serve como uma forma de incorporação do orixá por meio do transe.

O Ketu também tem outro elemento importante na prática ritualística, a roupa branca. Ela é usada pelos praticantes do Ketu não só como uma forma de vestimenta, mas também como uma forma de atitude perante a cerimônia. A roupa branca é considerada uma representação do estado de pureza necessário para a comunicação com os orixás.

A dupla espiritualidade é outro elemento importante do Ketu, que é caracterizado pela crença em duas entidades espirituais na vida de cada indivíduo: o anjo da guarda e o orixá de cabeça. O anjo da guarda é um espírito protetor que é designado a cada pessoa no momento do nascimento, enquanto o orixá de cabeça é escolhido posteriormente, através do jogo dos búzios ou consulta ao oráculo. Acredita-se que esta entidade governa a vida do indivíduo e detém as qualidades necessárias para a sua proteção e orientação.

Além do culto aos orixás e da presença de um pai de santo como líder espiritual, o Ketu também valoriza a importância da educação e da transmissão de conhecimentos. Algumas casas de Candomblé Ketu mantêm escolas tradicionais, onde são ensinados conhecimentos ligados às práticas religiosas, além da tradição oral passada pelos “mais velhos”, ou mais experientes.

Embora o Candomblé em geral tenha sido alvo de preconceito e discriminação, a vertente Ketu tem crescido em popularidade e tem sido cada vez mais aceita na sociedade brasileira. Seus rituais vibrantes, músicas sagradas e crença em uma conexão profunda entre a humanidade e a natureza continuam a atrair seguidores em todo o Brasil e além, tornando o Candomblé Ketu uma das importantes tradições religiosas afro-brasileiras.

Sobre o autor

Roni Riet

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